Usei o Sling nos meus dois filhos
Bebês
gostam de aconchego, isso ninguém discute. Algumas pessoas afirmam que o hábito
de manter o bebê no colo “estraga” o bebê, deixando-o viciado em colo, dengoso,
quando na realidade o aconchego traz segurança para a criança. O bebê humano nasce muito mais dependente que
os bebês de outras espécies de mamíferos, e sendo um ser social, requer
cuidados peculiares inclusive para socializar-se. Por que os bebês se acalmam
mais quando carregados no colo? E dormem mais tempo se estiverem no colo que no
berço ou carrinho? Os bebês assim o fazem porque nascem bastante frágeis,
dependentes e precisam sim de colo.
Durante
a gestação, o bebê fica num ambiente aquecido, protegido e tem todas as suas
necessidades nutricionais supridas pela placenta. Ao nascer, é lançado no
mundo, experimenta frio, calor, barulho, luminosidade... Uma série de estímulos
que são necessários, mas que serão apresentados muito rapidamente ao bebê, e
este precisa de proteção e segurança, ao mesmo tempo que será inserido num
grupo social, assim o colo oferece corporeamente a proteção que o bebê tanto necessita. Para facilitar a permanência do bebê no colo
podemos fazer uso dos slings, que são carregadores de bebês geralmente
produzidos de forma artesanal que tem como função manter o bebê no colo.
Como surgiu o Sling?
Quando
não tínhamos os carrinhos de bebê era comum carregar as crianças pequenas em
faixas amarradas ao corpo. O hábito de carregar crianças no colo persiste em
comunidades primitivas e distantes dos grandes centros, é comum vermos imagens
das mães africanas com seus bebês amarrados nas costas, assim como comunidades
indígenas e orientais.
De
acordo com o antropólogo Ashley Montagu, a gestação do bebê continua fora do
ventre materno. A “maternagem” praticada cotidianamente é fundamental para
o desenvolvimento da criança. Quando se
mantém a proximidade que a vida intrauterina proporcionava, o bebê desenvolve
melhor seus potenciais, a inteligência, o senso comunitário, a segurança
emocional do que um bebê desprovido de carinho e contato físico mais prolongado
e extenso pelo menos durante o primeiro ano após o nascimento. O sling favorece
essa gestação externa, que consiste em vinculação para socializar-se.
Quais os benefícios do Sling?
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Para
o adulto há o apoio que o tecido dá para a coluna, deixando os braços livres e
o bebê bem aconchegado junto ao corpo, assim o adulto que está usando o sling
sabe como o bebê está, se está sonolento, com frio, fome... pode atendê-lo de
imediato.
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Favorece
a comunicação com o bebê
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Facilita
a amamentação, o bebê pode mamar com privacidade no sling
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Auxilia
na locomoção, dá para andar em qualquer lugar, subir e descer escadas, o que
nem sempre é possível com o carrinho
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É
uma ótima solução para ninar o bebê, pois no sling ele conta com o calor do
corpo do adulto, a voz, os movimentos e o cheiro
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Para os bebês são muitos os
benefícios como:
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Regulação
térmica: o bebê slingado mantém a temperatura corporal constante
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Transmite
carinho, segurança e aconchego ao bebê
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Estando
junto ao corpo o bebê escuta as batidas do coração de quem o carrega e como
esse som é conhecido desde o útero, ele reconhece e fica mais calmo
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Bebês
dormem melhor no sling
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Proporciona
ao bebê uma postura vertical que pode ajudar a prevenir ou melhorar o refluxo
gastroesofágico
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Ganham
peso mais rápido
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Auxilia
na prevenção às cólicas
Diante
dessas e tantas outras vantagens que o sling traz,
abracei a causa dos bebês, defendendo a amamentação e colo em livre demanda, ao
mesmo tempo que a mãe ganha um pouco mais de liberdade para sair com o bebê de
um modo mais prático e aconchegante. Lugar de bebê é junto da mãe e lugar de
mãe é aonde ela quiser estar sem se privar da companhia do seu bebê. Slingar só faz bem, e mantém o bebê sempre ao
alcance do seu beijo!
Escrevi
este ensaio slingando meu bebê que dormia docemente enquanto eu desenvolvia
estas idéias.
Por Juliana Coelho
Psicóloga
Clínica Hospitalar
Autora
do Projeto Gestar-gravidez, parto e puerpério
Mãe
de duas crianças amamentadas e slingadas