VIDEOGAME FAZ MAL PARA AS CRIANÇAS?



No computador, no celular, na televisão, no console portátil... Os jogos eletrônicos estão em todos os lugares e fazem a cabeça não só de crianças e jovens, mas também de muitos adultos. Seu filho com certeza passa algumas (ou muitas) horas por semana na companhia desses jogos. Será que isso é motivo de preocupação? Jogos eletrônicos podem mesmo levar a comportamentos violentos ou solitários? Atrapalham os estudos?

A professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e especialista no assunto Lynn Alves defende que não. Diversas pesquisas acadêmicas já desmentiram esses mitos e reconhecem o potencial de aprendizagem dos games, além de sua importância como entretenimento cultural, desde que não se tornem um vício, claro. "Mesmo os games comerciais, ditos não-educativos também podem contribuir para o desenvolvimento de diversas habilidades cognitivas, como interpretação de problemas e tomada de decisão", explica.

Em sua tese de doutorado, Lynn analisou a famosa associação entre jogos e comportamentos violentos. Ela descobriu que os jogos são uma oportunidade para as crianças trabalharem seus medos, desejos e frustrações. É como se eles realizassem essas emoções sem precisar correr riscos. E é por isso que os pais devem acompanhar de perto a relação de seus filhos com os jogos: eles não determinam comportamentos violentos, mas podem potencializar algo que já existe na criança. "Se a criança apresenta um comportamento violento quando joga, ela está sinalizando que algo não vai bem, e os pais devem investigar se aproximando do filho ou procurando um especialista."

A popularidade dos jogos eletrônicos está sendo aproveitada inclusive pelas escolas e essa é tendência importante que os pais devem acompanhar. Lynn também coordena o grupo de pesquisadores da UNEB, que, dentre outras coisas, desenvolve jogos com fins de aprendizagens. O mais recente deles, Búzios - Ecos da Liberdade, é um jogo de aventura que trabalha a Revolta dos Alfaiates, movimento histórico baiano. A estratégia desperta no aluno o desejo por novas informações sobre o conteúdo. "Ele não aprende só no jogo, mas é instigado a ampliar as informações", explica Lynn.

Até que ponto a relação criança X Vídeo Game é saudável?
Não se pode negar que os jogos eletrônicos, são em um certo ponto, benéficos para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Principalmente, se considerarmos o desenvolvimento de funções importantes do cérebro para a vida tanto intelectual quanto prática, como o raciocínio lógico, a estratégia, a tomada decisão, a atenção, a memória, por exemplo.

“Crianças que jogam videogame são mais criativas do que as que não jogam”. Essa foi a conclusão de um estudo feito com 500 crianças de 12 anos, realizado na Universidade Michigan State, nos Estados Unidos
Em contra partida, temos outra pesquisa que diz o seguinte: “Longos períodos em frente à televisão, seja surfando pelos canais ou jogando videogame, pode dificultar a concentração de crianças na escola, afirmaram psicólogos do Laboratório de Pesquisa de Mídia, da Universidade de Iowa, em estudo publicado na revista Pediatrics.”

Então, percebemos que a resposta à pergunta é o EQUILÍBRIO!

A questão principal, não é simplesmente jogar ou não videogame, mas qual é a relação das crianças com este instrumento, e como os responsáveis devem administrar essa relação.
Se o videogame pode ser benéfico para o desenvolvimento cognitivo e as crianças adoram, porque não utilizá-lo de forma saudável?

E a forma saudável, seria a de ficar atento a que jogos as crianças estão jogando, e estabelecer regras claras quanto à utilização do videogame.

Regras que se adaptem a vida familiar. Por exemplo, podem se estabelecer um horário diário, ou de final de semana para que as crianças possam jogar. Porque o que é prejudicial é que as crianças fiquem o tempo todo que tem livre, jogando, e deixem de se relacionar e brincar com os amigos, e realizar outras atividades que são importantes, como as tarefas e trabalhos de escola. Ou ainda realizá-las de forma deficiente por querer terminar para jogar.

Por Juliana Dais.

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