INDIFERENÇA QUE MACHUCA


Ele já não suporta mais as exigências que ela faz e por isso até evita conversar. Ela nem sequer liga se ele chegou de madrugada. Ela pode se transformar dos pés à cabeça, mas ele nem percebe, fica indiferente. Ambos se gostavam demais, mas agora vivem uma espécie de “tanto faz”. São muitos os casais que depois de anos de relação (e crises) chegam ao ponto de viver com o outro por viver. Ou seja: já que estão juntos, de papel passado, continuam a se aturar, como obrigação. E desse comportamento nascem muitos problemas. Não restam dúvidas de que o desprezo é o pior deles.

A principal queixa das mulheres no casamento é a falta de atenção e carinho dos maridos, muitas pessoas dizem que o principal inimigo do casamento é a rotina e o tédio, não é. O principal inimigo do casal é a diminuição do afeto, traduzido, sobretudo pela crítica e indiferença.

No início de um relacionamento, durante o namoro, o noivado e nos primeiros anos de casado, a relação é preenchida prioritariamente pelo prazer. O casal passeia, brinca, e inventa mil formas de tornar o encontro cada vez mais prazeroso. Parece entender o verdadeiro objetivo do casamento que é compartilhar a felicidade. Com o tempo, o casal vaibse distanciando da alegria e da cooperação e se aproximando da hostilidade. Os parceiros se sentem no direito de corrigir o outro, de mudá-la e as brigas constantes e a crítica se instalam.

A relação que era de celebração passa a ser de julgamento e condenação. A conhecida frase: “Quem ama cuida” mostra a necessidade da alimentação do amor, através do carinho e, sobretudo do respeito às diferenças e aos “negativos” do outro. Pegar os pontos fracos de um ou de outro acaba por abrir feridas profundas e às vezes difíceis de cicatrizar. A crítica sistemática, o tratar mal ao outro, diminuir a sua autoestima, levando-o a uma posição defensiva e de contraataque e a um mútuo desrespeito verbal, na melhor das hipóteses. E, para piorar, é considerado normal esse comportamento nos casais.

É comum o casal se criticar na imagem e no físico, a gordura, o envelhecimento, os defeitos físicos, as dificuldades sexuais, etc. Além de minar a autoestima, cria uma grande insegurança no parceiro. Todos nós temos pavor do desprezo e do abandono. Ao sermos criticados aumentar-se o medo de que sejamos abandonados por aquele que nos critica. A falta de respeito ao que o outro é, incluindo seus defeitos, por outro lado, pode levá-lo a se afastar de nós cada vez mais.

Existem várias maneiras de se perder o casamento. A traição não é a única nem a principal. Há uma forma mais grave e mais sutil, que é perder a admiração, o amor e o coração do parceiro, mesmo estando debaixo do mesmo teto. Se os casais soubessem da importância do carinho, do cuidado para a sobrevivência de um relacionamento, não mediriam esforços nesse sentido. A cumplicidade e da admiração no casamento, só se dará através de um comportamento de aceitação e de proximidade. As leis que regem a nossa sociedade: luta, hostilidades, jogos, blefes, violências, disputas acirradas, críticas, brutalidades não são boas para o amor, para a relação mais importante, para o prazer e a alegria: a relação sagrada e gostosa entre homem e mulher.

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