Colocar a família em primeiro plano também traz felicidade e
realização
Até cinquenta anos atrás o
ideal de toda mulher era ter filhos numerosos, sadios e fortes; filhos que
ajudassem os pais aumentando o bem estar da família, que assim se tornava mais
importante e garantiam assistência na velhice. A mortandade infantil era grande
e acrescia o desejo de ter mais filhos, que aprendiam cedo a ajudar os pais na
horta, no campo, na criação dos animais domésticos.
Quando o homem passou do
campo para a cidade e a medicina conseguiu reduzir a mortandade infantil, os
filhos se tornaram “um gasto sem retorno” para os pais. De um lado na casa da
cidade não há nada de útil para ocupar as crianças; e de outro lado os filhos
devem multiplicar os estudos até a hora de casar. Os pais devem até gastar para
comprar-lhes os brinquedos, que os ocupem em alguma coisa. Para a velhice,
encontraram no instituto da aposentadoria uma assistência mais segura, digna e
independente da ajuda aleatória dos filhos.
Quem mais mudou na sociedade
moderna foi a mulher. Os trabalhos domésticos de fiar, tecer, costurar a roupa
para os familiares se tornaram antieconômicos; como a criação dos animais
domésticos, e o cultivo de uma horta. Mais barato e funcional comprar tudo já
pronto nas lojas, junto com os aparelhos domésticos, que poupam tempo e aliviam
o trabalho de casa. E, nas horas livres, sair para ganhar mais do que antes em
casa; com um trabalho mais técnico, que dá independência econômica. Agora a
mulher tem seu dinheiro para gastos pessoais, integra o salário do marido e, se
ele faltar, consegue até manter a família.
A mulher, esposa e mãe, hoje
é também empregada ou empreendedora. Casa mais tarde, reduz o número de filhos,
que agora são um peso e um gasto muito grande, procura que fiquem o maior tempo
possível na creche, jardim de infância, escola, universidade, ou no emprego,
deixando livre a mãe para a sua profissão, que lhe dá independência econômica e
inserção maior na sociedade.
É um bem? Às mulheres são
mais felizes? Muitas sim; pelo menos têm uma vida menos sacrificada e
monótona. O desafio está em harmonizar
as diferentes tarefas. A felicidade de uma pessoa depende da harmonização entre
o êxito profissional e o familiar.
O trabalho no passado era
visto como uma dura necessidade, um castigo. Na época agrícola eram trabalhos
pesados, sempre curvados à terra, sem máquinas e carregando tudo nas costas, em
luta perene contra as ervas daninhas, os parasitas, as secas ou enchentes, que
o homem não conseguiam controlar.
Hoje a profissão, escolhida livremente,
é, para muitos, fonte de grandes satisfações. Dia a dia, torna-se mais um
serviço técnico, do que uma tarefa física. É libertação e independência,
sobretudo para a mulher. Mas há o perigo de subestimar a maternidade.
A felicidade maior das pessoas
não vem da produção de coisas, mas de pessoas. Com o avançar da idade, as
coisas envelhecem: o carro, a chácara, a casa na praia, não servem mais, a
moradia mesma envelhece, poeirenta; enquanto os sucessos na arte, no esporte,
na profissão, pertencem a um passado, que fica sempre mais longe...
Os filhos, pelo contrário,
continuam crescendo, dão os netos, os bisnetos, com novos parentes que
conquistam novas posições, causando nos idosos a sensação de continuar
rejuvenescendo nos descendentes. Quase esquecem o envelhecimento pessoal e
aceitam até a morte, convencidos de continuar vivendo nos herdeiros. Quanto
mais numerosa a posteridade, tanto mais feliz a velhice.
O trabalho profissional a
tempo pleno da mãe fora de casa muitas vezes é exagerado. O mesmo acontece com
os filhos estudando. A legislação do País deveria favorecer o meio serviço.
Neste modo o estudante entraria logo na vida produtiva e teria tempo também de
estudar. A mãe teria o desenvolvimento humano e o ganho que dá a profissão, e
poderia atender aos serviços domésticos com mais serenidade. Filhos e mães
sairiam meio dia pela escola e o trabalho e teriam meio dia para ficar juntos
em casa, alcançando um equilíbrio ideal. No projeto de flexibilização das leis
trabalhistas, deveria entrar também o trabalho a tempo reduzido. Seria uma
conquista!
Por Juliana Dias - DRT: 5391/PE
Por Juliana Dias - DRT: 5391/PE
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