Na tarde de ontem Garanhuns se uniu ao Brasil na onda de
protestos para o fortalecimento da democracia. Milhares de brasileiros estão
indo às ruas pedindo investimentos em saúde, educação e transporte pública, num
protesto que se opõem a corrupção política do pais. Quem não conseguiu
participar do protesto passou pelo menos alguns minutos grudado na televisão ou
na tela do computador para acompanhar o que estava acontecendo. Os jornais só
falaram disso. Os amigos se ligaram, se escreveram e trocaram fotos pelas redes
sociais. Em situações como essas, é comum que as crianças cheguem para os pais
com um ponto de interrogação na cabeça, procurando entender o que está
acontecendo.
Nos últimos dias, ouvimos várias histórias nas redes sociais.
Mães registram que algumas crianças querem saber por que tanta gente parou a
rua, outras questionam se a polícia virou má e, ainda, há aquelas que
perguntaram por que tamanha "bagunça" por R$ 0,20. Se você se
identificou com esta situação, saiba que é fundamental não transformar esse
assunto em tabu na sua casa. Os pais devem, sim, responder aos questionamentos
das crianças. É claro que, dependendo da idade, não fará sentido discorrer uma
longa conversa sobre democracia e insatisfação com o governo. Mas fique
tranquilo: as próprias perguntas do seu filho (sim, deixe-o perguntar primeiro)
ajudarão você a saber o quanto precisa explicar.
A psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP), deu
uma entrevista sobre o assunto para a revista Crescer (revista que eu sou fã desde
a minha primeira gestação),na entrevista a psicóloga fala que, antes de
conversar com os filhos sobre os protestos, os pais precisam ter uma opinião
sobre eles – ou, pelo menos, ter uma visão ampla dos acontecimentos. “Os pais
devem se informar e entender os motivos dessas manifestações. A chance de
explicar algo errado se você não estiver informado é grande, e não adianta
falar com a criança se não for para transmitir os fatos.”
Não seja radical
Mesmo que sua família não apoie as causas dos manifestantes
ou seja contra os protestos, você não deve ficar exaltado na frente das
crianças. Sabemos que questões políticas motivam opiniões fortes, mas tente se
controlar. Se uma mãe, por exemplo, pega trânsito por causa das vias fechadas e
chega para buscá-las na escola muito nervosa, pode passar a impressão de que a
manifestação só tem um lado ruim e até assustar as crianças. Por isso, muita
calma!
E se meus filhos
ficarem com medo de sair na rua?
Pode acontecer, principalmente se os pais só reclamarem dos
protestos na frente dos filhos, pois as crianças vão associá-los a uma coisa
ruim e até mesmo perigosa. Se esse for o caso, explique para as crianças que
manifestações têm data e horário marcados para acontecer, que multidões não se
reúnem com tanta facilidade e que você está sempre de olho nas notícias para
garantir que não passarão por lugares onde há brigas.
Meu filho perguntou
por que eu não estou lá
Se a criança questionar, os pais devem dar os reais motivos
pelos quais eles não foram às ruas. Argumentos como “para participar precisamos
nos organizar com antecedência”, “a mamãe chegou tarde do trabalho” ou “não
teríamos com quem deixar você e achamos que o protesto não é lugar de criança”
são válidos, se sinceros. Esse também é um bom momento de explicar que, para se
manifestar, não é preciso estar na rua. Colocar um lençol branco na janela, por
exemplo, é uma das sugestões que está circulando pelas redes sociais.
Fonte consultada: Revista Crescer.
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