Legenda: A turma da brincadeira de rua da boa vista
Foto: Juliana Dias
Está
no dicionário. Um dos significados do verbo brincar é divertir-se
infantilmente, entreter-se em jogos de criança. Pelas calçadas, alguns
passatempos dos pequenos ainda são os mesmos dos pais e avós. Já outros vivem
os melhores anos da infância diante da tevê ou do computador, desafiados a
vencer jogos eletrônicos ou divertir-se com eles.
A
brincadeira é algo tão importante na vida da criançada, que existe inclusive o
Dia Mundial do Brincar, comemorado no dia 28 de maio, data em que se faz um
apelo para esta necessidade infantil.
Brincar de peteca e
peão é uma atividade que se tornam cada vez mais raras numa sociedade em que a
tecnologia cria novos jogos eletrônicos. Em uma tarde de domingo era comum a
criançada correr descalça pela rua em busca de alegria e diversão. Queimada,
pega-pega, esconde-esconde, cinco marias, passa anel, cobra-cega, peteca e
telefone sem fio, são brincadeiras que fazem parte do passado, mas estão
presentes na memória de muitas pessoas.
Brincar de burca,
rodar o peão e soltar pipa em um belo dia ensolarado faziam parte do cotidiano
dos meninos. Já as meninas costumavam soltar a criatividade brincando de
boneca, casinha, bambolê, elástico, corda, mamãe da rua e amarelinha. A única
preocupação era ser feliz.
As mudanças na
sociedade, principalmente, com as novas tecnologias também transformaram o dia
a dia das brincadeiras infantis. Computador, internet, vídeo-game e brinquedos
eletrônicos substituem as brincadeiras antigas de alguns anos atrás.
As praças, os
sítios, as calçadas e as ruas, perderam espaço para o ambiente interno da casa.
“O mundo sempre está em transformação e a sociedade tem que acompanhar esse
processo, por isso que as brincadeiras antigas foram deixadas de lado”, explica a Cristiane
do Lar da Criança Santa Maria.
Para a pedagoga,
outro fator que impulsionou a troca das brincadeiras antigas pelos eletrônicos
foi o aumento da violência. “Isso impede que as crianças brinquem na rua,
fazendo com que os pais prefiram que elas arrumem brincadeiras dentro de casa”,
afirma.
A
peteca, um artefato formado com penas e borracha, de origem
indígena-brasileira, era a brincadeira predileta de Elane Silva. A manicure de
38 anos, lembra de suas brincadeiras na infância. “Era tão bom essas
brincadeiras inofensivas, passava a maior parte do dia brincando na rua com
minhas amiguinhas, era uma alegria só”, diz a manicure.
O
aposentado Severino Amaro, 75 anos, sente saudades do seu tempo de infância. “Antigamente,
não tinha tanta violência, a gente podia brincar na rua sem preocupação. Hoje
eu vejo meus netos que só brincam no vídeo game, só fica dentro de casa”,
reclama
Na
Rua das Tabocas na Boa Vista em Garanhuns um grupo de amigos se reúnem diariamente
e divertir a moda antiga, correm pelas calçadas da rua estreita em busca de
diversão, sem limites para imaginação, um verdadeiro recate da arte de brincar.
Segundo Ademir Vanderlei de 9 anos e integrante da turminha, as brincadaeiras
prediletas são: Milu- uma versão atualizado do pega-pega, futebol de rua, onde
cada barra é feita com um par de chinelo, e guerra, onde os garotos e garotas
confeccionam um atirador de feijões cru, com um pedaço de cano e uma bexiga, um
brinquedo barato, reciclado e que garante uma diversão saudável por horas.
Por Juliana Dias
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